Monday, December 23, 2013

Azul é a Cor Mais Quente: Filme francês mostra relacionamento lésbico de forma explícita.




Esse é talvez o filme Francês mais badalado de 2013. Esse filme que em português recebeu a tradução da versão do seu nome em inglês (Blue is the warmest color). Mas seu titulo original em francês é simplesmente “La vie d'Adèle” (A vida de Adele). Um filme muito longo, beira as 3 horas. Isso devido ao uso de cenas muito grandes, incluindo uma enorme cena de sexo explicito entre a protagonista Adèle (Adèle Exarchopoulos) e sua namorada Emma (Léa Seydoux). 

Um filme magnífico que segue a risca a escola francesa. A história de Adèle é contada sob seu próprio ponto de vista, de forma cadenciada e melancólica. Alias A atriz Adèle Exarchopoulos que foi premiada pelo papel foi uma escolha muito feliz. Seu rosto naturalmente triste e com uma certa timidez escondida encaixou lindamente na personagem que leva o seu próprio nome. Essa película foi a vencedora da Palma de Ouro do Festival de Cannes desse ano (2013). É um filme reflexivo que dificilmente agradará os fãs do cinema hollywoodiano, mas que tem uma quantidade de sexo explicito digna de ser tachado de subversivo pelos mais conservadores. No entanto, foi unânime a critica positiva recebida pelas atrizes que interpretam as duas amantes lésbicas que se atiram em um intenso relacionamento. Óbvio que muitas controversas surgiram devido as cenas de sexo real praticadas por elas. 

Algumas poucas cenas mostram a França como uma sociedade ainda muito preconceituosa, principalmente em relação ao homossexualismo feminino, mas não chega ser pauta no roteiro. É um filme bem subjetivo, em primeira pessoa, quase um diário, que mostra as pelejas emocionais de uma adolescente em crise de identidade sexual. Quando se descobre lésbica consegue construir uma identidade forte e luta por seu amor, mas ainda com muita dificuldade de assumir publicamente sua sexualidade. Um filme que pode entrar par a história do cinema pela sua subversão e não pela qualidade de seu roteiro, algo que o próprio diretor Abdellatif Kechiche já previu após a realização do filme. 

Agora é tarde, pois as cenas de sexo explícito podem sim de alguma forma prejudicar o julgamento do filme. Nas palavras do próprio realizador desse longa podemos notar um certo grau de arrependimento: “o sexo real impedirá que o espectador assista ao filme "com o coração limpo e com um olhar atento". "Eles [o público] vão dizer, 'será que este homem não abusou dessas atrizes? Será que elas também não gostaram [de fazer sexo] e não querem falar?” Disse Abdellatif Kechiche em entrevista ao site Télérama.

Thursday, August 22, 2013

A vida Secreta das palavras por André Stanley



Há alguns filmes que realmente tocam algo que não sei bem o que é. Mas nos deixam a pensar sobre a vida. Não de uma forma chocante e brutal como alguns filmes atuais vêm fazendo. Às vezes é apenas um roteiro bem escrito nas mãos de um diretor sensível a história basta para criar uma bela trama. A vida secreta das palavras é um filme barato que tem o aval da produtora de Pedro Almodóvar. È um filme um tanto acinzentado, como um verdadeiro melodrama nórdico, mas visualmente o filme não nos revela muito a respeito do enredo. São os próprios personagens inertes e sem vida que narram suas pelejas pessoais com muito custo. Fica a cargo dos diálogos entre os protagonistas o processo de desenrolar a história. Joseph, um técnico de uma plataforma petrolífera que se encontra acamado por conta de um acidente, e Hanna sua enfermeira prestativa e calada, aprendem um com o outro que sentimentos quando transformados em palavras às vezes pode fazer algum bem.

O acidentado paciente Joseph desnuda suas agruras de forma automática, já que sempre tivera um caráter extrovertido, por outro lado sua confidente sofria de um silencio crônico que mal deixava escapar sua voz. Hanna se voluntariou para cuidar desse doente simplesmente por estar de licença de seu emprego, e não suportava a quebra de sua rotina de trabalho. Justamente no trabalho ela encontrava uma paz, ainda que parcial, pois seu silencio feria seus colegas de trabalho industriais. Mas nem mesmo a silenciosa Hanna pode deixar passar em brancas nuvens a atitude descompromissada de Joseph, seu paciente impertinente, que a interrogava sobre tudo. Belo filme que obviamente passará despercebido do grande público.
Assista o Trailer.





Thursday, May 02, 2013

As aventuras de Pi (Life of PI)

As aventuras de Pi é uma grata surpresa em meio a tantos filmes de vampiros e de presidentes caçadores de vampiros. Esse filme a se julgar pelo absurdo da capa e dá sinopse que se lê não parece tão promissor, admito que refutei várias vezes antes de decidir assisti-lo Era uma sugestão constante de alguns amigos, amigos esses que não julgava ingênuos o bastante para me indicar um filme de fantasia adolescente como primeiramente tive a impressão. O filme tecnicamente é muito bom, uma produção muito avançada e bons efeitos especiais. Mas o grande triunfo do filme é exatamente seu enredo cheio de simbolismos que te fazem repensar em todas as senas após o término do filme. Foi baseado em um romance canadense escrito pelo então desconhecido Yan Martel, que por sua vez admitiu ter tido a idéia de escrever o livro depois de ler uma resenha do livro (Max and the Cats) escrito pelo brasileiro Macyr Scliar – mas isso é outra história. Não li o livro e creio que se o visse em uma livraria dificilmente me chamaria atenção, mas creio que vale a pena Lê-lo antes pelo fato da quantidade bem dosado de simbolismo contido no filme. No entanto no que diz respeito ao filme creio que foi uma grande adaptação para o cinema, julgando a força do roteiro. O protagonista do filme chamado de PI reconta sua aventura a um escritor que procura uma boa história para um livro. A história de Pi relata um naufrágio que teria ele sofrido quando ainda era bem jovem. O pai de Pi se viu pressionado politicamente e incapaz de sustentar seu zoológico decidindo então embarcar seus animais em um navio e com sua família partiram para o Canadá. O Navio foi surpreendido por uma tempestade e Pi conseguindo se salvar consegue adentrar em um barco. O grande problema é que ele não era o único naquele pequeno barco. Uma zebra com a pata quebrada uma orangotango fêmea e uma Hiena também dividiam o barco com Pi. A hiena ataca a zebra e a orangotango matando-os. Ficando Pi a deriva,mas de repente um outro animal que permanecera escondido em uma cobertura no barco age e mata a hiena. Esse personagem é tigre Richard Parker a grande atração do zoológico do pai de Pi. Essa convivência como tigre em um minúsculo barco é a grande simbologia por trás do filme. Pi passa a negociar com o tigre seu território, essa besta selvagem não facilita as coisas para Pi, que passa o tempo todo com medo de ser atacado pelo animal. Quando os dois já se encontram em uma situação de total debilitação física chegam a uma ilha. Trata-se de uma pequena ilha inabitada onde tudo parece ser comestível. Pi se alimenta de suas raízes e se recupera.enquanto isso o tigre Richard Parker devora alguns suricatos que habitavam a ilha aos milhões.ou seja uma ilha salvadora. No entanto Já na primeira noite Pi nota que a ilha tinha uma peculiaridade. Enquanto durante o dia a ilha tem todos os atributos de algo paradisíaco,durante a noite havia uma inversão de polaridades. Toda a água e todo o solo daquela ilha se tornava ácido e o único lugar seguro para ficar nesse período era encima das arvores. Richard Parker corria para buscar abrigo no barco durante a noite enquanto Pi e os milhões de suricatos procuravam as arvores para se refugiar. Pi notou que se continuasse ali seria consumido pela ilha,decidiu então que deveria partir e levou com ele alguns suricatos para se alimentar juntamente com o tigre. Depois de 227 dias em alto mar seu barco chega a uma praia no México. Nesse momento o tigre sai do barco e se embrenha na mata deixando Pi para sempre sem nem mesmo olhar para trás. Essa é considerada uma sena chave na história. Pi se sente traído pelo tigre com quem conviveu todo aquele difícil período e de certa forma foi a sua razão de estar vivo. Ele partiu sem olhar para trás, e depois nunca mais o viu. O escritor canadense que ouve o relato de Pi ainda não muito convencido questiona Pi a respeito do desfecho da História afinal lhe haviam dito que a história de Pi iria fazê-lo acreditar em Deus, e até então sua história não havia nada que o levasse a essa direção. Pi então diz que quando as autoridades japonesas que foram entrevista-lo para fazer em um relatório a respeito do acidente,eles também não acreditaram,foi então que Pi conta a eles uma outra história. Nessa história Pi relata que ele consegue sair do navio com o barco e estava com ele o cozinheiro do navio-que por sinal era uma pessoa quase demente, um chinês que havia conhecido durante a viagem e sua mãe. O cozinheiro que fora retratado com total repudio por seu comportamento desprezível decide matar o chinês que estava ferido pois precisavam se alimentar, depois decide matar a sua própria mãe, Pi não viu outra opção a não ser matar o cozinheiro para que pudesse sobreviver. Só assim os japoneses colocaram crédito em seu relato. Agora tinham algo mais sólido e crível para relatarem a seus superiores. Nesse momento é que Podemos notar que a história toda parece ter um sentido. O escritor intrigado pergunta então qual é a história verdadeira. Pi responde com uma outra pergunta. “qual história você gostou mais? Pi responde que a do tigre é a mais bela. A grande simbologia por traz disso tudo é que Pi criou uma alegoria para que pudesse viver em paz com sua consciência depois de ter sido obrigado a cometer algumas atrocidades. Podemos notar claramente que os animais no barco junto com Pi eram representações de sua mãe – a orangotango, do chinês que estava ferido – a zebra e do cozinheiro imbecil – a hiena – que por sua vez matou o chinês e sua mão e se não fosse a intervenção do tigre teria o matado também. Mas e o tigre quem é? O tigre é a grande personificação da história. O tigre Richard Parker , era justamente Pi, ou o lado negro de PI. Pi teve que liberar sua fera interior para lutar contra todas aquelas adversidades. Por isso no filme ele fica sempre exaltando a importância do tigre enquanto estava no barco, não fosse Richard Parker e sua bestialidade ele não estaria vivo. E quando Richard Parker deixa Pi ao quando seu barco chega na praia do México, ele está dando adeus a esse lado selvagem que salvou sua vida. E talvez por isso sua decepção ao notara que não mais veria aquele que salvou sua vida. Acabara de chagar a civilização não mais precisaria do tigre. Seu lado negro sua sombra como diriam alguns psicólogos teria que ir embora pelo seu próprio bem. Enquanto em uma situação extremamente adversa temos que lançar mão desse nosso lado negro desse sombra da qual temos que controlar dentro de nós, em uma sociedade ela poderia nos destruir. Pi chegou ao extremo. Viu seu amigo de viagem morrer para que pudessem se alimentar de sua carne, depois viu sua própria mãe ser morta pelas mãos de um déspota que certamente. Essa situação libertou a besta que havia em Pi, e usou toda sua destrutividade natural - pois tigres são predadores natos - para matar o assassino de sua mãe é só assim ser capaz de sobreviver. O relato que parece ser a história real, envolve uma faceta muito extrema do comportamento humano do qual Pi lançou mão para se salvar, não é uma história que alguém contaria com orgulho a alguém e Pi não viveria em paz consigo mesmo caso não criasse a alegoria do tigre para poder assim ver com seus próprios olhos como um espectador – como o espectador do filme- todos os pesares que teve que passar. Seria uma vida insuportável por isso Pi preferia contar a história do tigre que parecia mais nobre. Mas onde está a moral dessa história quando levamos em conta o aspecto religioso que aparece desde o inicio do filme, nos diálogos que Pi tem com o escritor canadense? Penso eu que a religião não precisa de uma explicação. Ela não precisa de uma comprovação para que possa ser de alguma utilidade na vida de uma pessoa. A questão talvez seja se isso –a religião - pode me salvar pode me manter longe do meu lado sombrio. Ficar longe daquilo que pode me destruir. Ou seja para o escritor que estava descrente em Deus aquela alegoria foi definida como uma história contável e poderia servir de exemplo para outras pessoas que poderiam se encontrar na mesma situação de Pi. No extremo da sobrevivência humana. Portanto a pergunta não deveria ser: “Existe um Deus?”, mas sim: ”Existe uma aplicabilidade dessas histórias fantásticas - e porque não fantasiosas - na nossa vida?” isso sim é que é relevante para esse enredo. No entanto continua um mistério. Qual o papel da primeira ilha que Pi chegou antes de chegar ao México. Chego a pensar que aquela ilha fantástica que se alimentava daqueles que ali chegavam. Pois Pi havia descoberto um dente humano dentre de uma flor de lótus que o fez supor que aquela ilha iria também devorá-lo com o avia feito com o dano daquele dente. Talvez essa ilha seja uma metáfora para a própria religião. Ela se apresenta a nós como uma fortaleza segura e que nãos trás muita segurança. Lembre-se que as raízes eram comestíveis todos os poços do interior da ilha eram de águas frescas e potáveis, Richard Parker podia comer quantos suricatos quisesse, pois ali havia milhões. Isso durante o dia. Podemos notar que Todas as religiões são bem apresentáveis e que em momentos de angustia extrema não notamos que quando a noite chega temos que correr para as arvores, pois somente ali se está seguro. O que representam as arvores naquela ilha?Claramente aqueles que trazem essa segurança aos seus fiéis. Os braços de seu deus representados por sues sacerdotes. As arvores eram os pastores, padres e gurus religiosos que oferecia um paraíso segura na terra, mas em troca deveriam segui-los cegamente sem perguntar o porquê da terra se tornar acida durante a noite. Se quisessem segurança somente encontrariam nos braços desses seus líderes espirituais. Por isso Pi decidiu partir da ilha. Naquele lugar ele seria consumido caso não estivesse sustentado pelas árvores. Creio que esse filme não tão ingênuo e simples como pode parecer. Assistam e tentem fazer suas interpretações pessoais, pois essa parábola pode representar muita coisa para mentes pensantes.

Sunday, December 28, 2008

The most idiot, the better?????


I Don’t know, if somebody in the metal scene have already notice, better, have stop a little to think about one litlle thing very evident but aways neglected by everybody. You must be have watched such holywoodian movies to teens, with some guys who like rock and only get in troubles, lets give some examples: “Airheads” ( 1994 ), “ Wayne’s world” ( 1992 ), “Detroit Rock City” ( 1999 ), etc, etc, etc…I’ve saw a lot of headbangers worshiping to movies like that – in my opinion, not too much funny. They idolize to the pejorative jokes about the heavy metal fans. Though, a lot of metalheads showing how he- man they are, doing little jokes bout another movements. When you laugh from a bevy of idiot American striplings doing a lot of confusions to arrive a Kiss concert in Detroit, Paul Stanley and Gene Simons – they practically make all in this movie – are acclaiming themselves. It’s admirable to see a lot of little rockers in the last decade idolizing movies like “wayne’s world” only because there are some rock sounds, but upon the character of the protagonists…? And the satirical jokes about them… the headbangers... I think by myself, we don’t need to worship discriminatory movies. I think that a critical look for this won’t be bad for anybody… I believe the metal scene must give more worth to itself, and avoid midia litlle conceits like: …” headbangers, they haven’t anything in head…” The movie “Airhead” is a example, three guys of a rock band, they all crazy to heard their musics on radio, invade a radio station and try to get by force, this is ok until know, but the personality of the characters is bullshit, the drummer (Adam Sandler) is almost a retarded…I don’t know if I brake the protocol, but I would like to debate it…

Saturday, December 30, 2006

Escola da vida?


A rotina de uma escola muda completamente com a entrada de um novo professor de história.. Mr. D como ficara conhecido contagiará a todos com sua metodologia de ensino. Com aulas mais dinâmicas e divertidas logo se torna o comentário da escola, até mesmo seus colegas de trabalho irão se afeiçoar com ele, apenas um dedicado professor de biologia não o verá com bons olhos. Warner tem motivos para ver Mr. D com um certo desprezo pois Warner é filho de uma lenda que ganhou o prêmio de professor do ano por 43 anos seguidos, e em decorrência da morte deste, escolheram um jovem e petulante professor para substitui-lo, o próprio Mr. D. Warner está obstinado, e tem pela frente a árdua tarefa de vencer Mr. D na corrida para levar o prêmio de professor do ano. Mas com seu método tradicional de aulas, será facilmente repudiado pelos alunos que o consideram no mínimo um chato. Esta disputa ainda se torna mais desfavorável para Warner quando o próprio filho é um fã declarado de Mr. D.
Esta é uma comédia que por sua vez que pega o espectador pela emoção. Há momentos onde as relações familiares se tornam o foco, principalmente na relação pai e filho, onde o pai desesperadamente tenta ser o melhor pai do mundo ao mesmo tempo que tem com meta primordial a conquista do prêmio que há 43 anos pertenceu a seu pai. Seu intuito é prejudicado quando não percebe ao ridículo que seu filho é obrigado a se submeter por esta brincadeirinha de seu pai. A trama vai evoluindo de forma previsível e no decorrer da história tudo que parecia que aconteceria realmente acontece, e no final quando um segredo do Mr. D é revelado todos choram muito e aprendem a lição.


Crítica:
Mais um filme que enfoca a relação professor aluno. Desta vez não esta em foco adolescentes rebeldes que marcaram clássicos como "Ao mestre com carinho" dentre outros. Desta vez o que conduz o filme é a disparidade entre dois métodos de ensino, que são encarnados na disputa entre dois professores. Um privilegia o método tradicional onde o professor tem seu lugar bem definido na sala de aula, e o aluno tem seu lugar e seu tempo de falar controlados pelo professor. O outro procura deixar o aluno a vontade e muda totalmente a estrutura física da sala de aula fazendo os alunos se sentarem em círculo deixando-os olhando uns nos olhos dos outros privilegiando também o contato bilateral entre eles. Apesar dos típicos clichês do cinema norte-americanos que acompanha todo o desenrolar da história, este filme é no mínimo pertinente ao contestar a rigidez estrutural do sistema de ensino tradicional. E incorporado no personagem Mr. D é exposta uma alternativa com mais dinamismo. E se não for esta uma forma eficaz na formação de indivíduos que se enquadram no grupo dos que sabem muito, certamente é muito eficaz na formação de indivíduos que sabem aprender por si próprios. Logicamente que tudo isto no filme é bastante limitado pelo enredo sentimental que foi criado. O filme passa ileso pelas generalizações explícitas, como: "o cara só é um bom professor porque é jovem". Na verdade Mr. D esta substituindo um velho professor que por 43 anos consecutivos foi considerado o melhor da escola. "História é uma matéria envolvente , todo professor de história é legal, os professores de biologia são muito chatos". A professora que substituiu Mr. D quando este estava doente era uma bruxa, já o professor Warner aderiu ao sistema de Mr. D. O filme no entanto, como todos os filmes que visam o adolescente deixa uma mensagem edificante, que é na verdade uma concepção clonada do filme "Sociedade dos poetas mortos": "Viva cada dia como se fosse o ultimo". Não é um filme contestador no sentido social por mostrar a visão de mundo de uma classe média americana já bem acomodada no seu espaço como cidadãos, sendo assim é difícil de utilizar esta obra no intuito de se Ter uma visão dinâmica da sociedade.
É entretanto um bom entretenimento.

O Sorriso de Mona Lisa



No melhor estilo "Sociedade dos poetas mortos", este filme contesta o tradicionalismo da educação americana na década de 50. Em uma sociedade onde ser mulher ainda era o mesmo que ser um andróide programado para servir o homem, uma professora de história da arte, tem como ambição pessoal, mostrar às alunas de uma tradicional escola para garotas, o quanto elas podem ter autonomia nas suas decisões pessoais. Seu desafio se torna louvável pelo fato desta escola estar inserida no contexto social da época, que visava formar boas esposas e donas de casa. Esta postura revolucionaria de Katherine (Julia Roberts) é o grande clichê do filme que soa um tanto anacrônico pelo fato de ser um tema bem pertinente à década de 50 onde se passa a história. É evidente que ainda hoje há uma grande submissão feminina em relação ao homem, porém já estamos na era das mulheres bancárias, administradoras de empresa, deputadas e até presidentes. Acho que um filme com um nítido conteúdo feminista hoje em dia não tem um grande valor no sentido de uma crítica social que é a grande proposta do filme. Esta trama pode entretanto ter um certo valor histórico no sentido de se mostrar a evolução do pensamento em relação à mulher durante este século, e pode ser uma forma de se constatar a nítida emancipação social e política da mulher desde os anos 50s.
É evidente que a personagem Katherine possui em si o elemento que representa a luta das mulheres por esta emancipação feminina . O que pode ter alguma relevância é o fato de que Katherine não é a típica feminista radical que praticava terrorismo em prol de sua causa, ela simplesmente nega a soberania masculina, e se considera emancipada. É ai que entra em conflito com a diretoria da escola e também com uma aluna. Esta postura é que se sobressai em relação ao feminismo tradicional. Pois ao invés de se ficar brigando por direitos iguais aos dos homens, é mais coerente não aceitar esta desigualdade. Ao invés de se atirar na frente de carruagens como protesto, seria mais digno não se submeter ao domínio do homem.

Monday, December 25, 2006

De encontro com o amor


Há tempos que não via uma comédia romântica tão agradável. Nesta obra de Brad Mirman, cujo nome original é "Shadows in the Sun", vemos o despertar da sétima arte em meio a tantas obras mirabolantes, que muitas vezes se perdem em suas próprias críticas sociais e se esquecem de no mínimo dar ênfase à estética. A beleza estética realmente é levada a sério nesta obra. A fotografia é deslumbrante, não há um só quadro que não seja de se admirar. Logicamente que tudo isso é ajudado pela bela locação, as belezas naturais de uma cidadezinha italiana são muito bem exploradas, as montanhas já desgastadas pela agricultura, como os campos verdes de uva. Os ambientes internos demonstram uma simplicidade quase real, como se pudesse-mos sentir o odor dos mantimentos.

Friday, December 22, 2006

Cama de Gato, um retrato da juventude burguesa do Brasil



Analizando "Cama de Gato" de Alexandre Stockler

Uma obra de impacto imediato, pois abala as estruturas de filmagem convencionais, além de trazer a tona um enredo que nos remete as mais profundas reflexões. Um filme corajoso, no mínimo, que entra nas entranhas da mentalidade da juventude de classe média brasileira, e certamente causará um mal-estar no espectador mais senssivel à cenas chocantes, mal estar maior sentirão os menos esclarecido a respeito desta juventude que se lança por aí em aventuras no mínimo contraditórias. Os pais destes jovens querem desconhecer o que se passa com seus filhos.Parecem anos luz de distância dos atos que estes praticam, só sabem que devem protege-los desta sociedade desigual em que vivemos. Basta encaminhar estes futuros advogados , publicitários, médicos para uma "vida pública correta", independente do que estes por sua vez fazem nas noites de São Paulo ou qualquer outra capital brasileira. O que vemos no decorrer do filme é uma certa ruptura com a geração anterior, que viveu o movimento hippie, o aparecimento brusco dos punks dentre outras manifestações como estas, como é demonstrado pela fala de um dos personagens do filme, o jovem gabriel, que diz: " não é mole ter nascido depois de toda aquela liberação dos anos 70; ter crescido enquanto os "darks" e o "punks" estavam mandando ver por aí, e chegar na nossa idade justamente quando não sobrou mais nada ... a não ser essa sensação de que antes ... as pessoas conseguiam fazer alguma coisa mesmo..." . Este jovem parece estar desprovido de qualquer atitude no sentido de mudar algo, apesar de ter consciência de que algo precisa ser feito. Este pensamento parece representar toda a classe média-altade brasileira. Estão munidos de um bom elemento teórico, mas não abrem mão de seus privilégios, e estão temerosos com uma possível auto destruição do sistema que mantém seus privilégios.
Alexandre stokler parece querer generalizar estes jovens se utilizando de fatos que chocaram a sociedade atualmente. Com por exemplo o caso do índio queimado por jovens de classe média -alta em Brasília. O que redime o diretor ´neste sentido foi a utilização de entrevistas reais com jovens que ainda não haviam assistido ao filme, os entrevistados parecem confirmar as táticas utilizadas pelos personagens da trama. Estes jovens parecem ser o paradigma do sistema capitalista. De cada crise que conseguem se safar se torna o epílogo de uma maior ainda. Não haveria nome melhor para este filme. Se você conseguir passar pela cena de estrupo sem fechar os olhos, conseguirá no mínimo pensar a respeito. Este é o mérito maior do filme. Não vamos ficar inseridos naquele "complexo de porno-chanchada" de que todo filme brasileiro deve ter uma cena de sexo que o defina como tal, "filme brasileiro é só putaria", coisas deste tipo não devem ser associadas a esta obra crítica e muito reflexiva. É importante que este filme chegue até os universitários e ao ensino médio, para deixarmos de lada muitas de nossas hipocrisias.

TRAUMA (tentativa de realizar algo urgente e minimamente audacioso), Pressupostos: Estamos mais preocupados em fazer filmes do que em discutir as possíveis razões das insuperáveis dificuldades de fazê-los, especialmente no Brasil. O comércio não é o que justifica a realização de um filme, mas sim o seu conteúdo. Conheça o movimento TRAUMA clicando em cima do titulo deste artigo.



Bicho de sete cabeças, uma critica à pisiquiatria, ou uma crítica "histórica" à sociedade que construimos??

Que sociedade construimos?
Parece que toda a estrutura psicológica do homem vem sendo moldada, através dos séculos pelo processo histórico que de alguma forma limita a ação deste homem em seu meio, ou em alguns casos derruba velhos limites, como por exemplo, os acontecimentos históricos que marcaram o século XVI. Sabemos que foi neste século que surgiram as primeiras contestações racionais a respeito das escrituras sagradas. A reforma protestante marcou uma ruptura interna, abalando toda a base dogmática da Igreja cristã. A teoria geocêntrica de Ptolomeu que era atestada pela Igreja católica, não mais se enquadra nos cálculos dos astrônomos daquela época. Copérnico através de novos cálculos chega à uma nova estrutura planetária onde a Terra passa a ser um simples astro que gira em torno do Sol, e não o contrário. Já no alvorecer do século XVII, Galileu conseque confirmar a teoria Copernicana com o auxílio do telescópio. E por esta atitude é condenado à morte pela santa inquisição. Ou seja muitos dogmas religiosos que determinavam a vida do homem até aquele momento estavam sendo questionados por cientistas. Surge o embate entre a Igreja e a ciência que se torna determinante na vida do homem a partir de então. Neste processo o homem passa a ser responsável por seus próprios atos.
A partir deste momento o homem passou a temer por seu destino, pois este não era mais uma vontade divina. De certa forma o homem fica um tanto desamparado sem aquela figura Divina que o conduzia . Surge então os conflitos internos ( ou seja os conflitos que eram travados dentro da própria mente do homem) que viriam a se intensificar no decorrer dos séculos seguintes até os dias de hoje. Vários pensadores vieram a desenvolver teorias a respeito destes conflitos da mente humana. Somente no século XX surgem as primeiras teorias no intuito de resolver tais conflitos, dentre estas, a psicanálise desenvolvida por Sigmund Freud.


Bicho de sete cabeças
Com o advento da psiquiatria no intuito de tratar as doenças da mente, surge também o preconceito em relação ao paciente que se submete a tal tratamento. No filme "Bicho de sete cabeças" de Laís Bodansky vemos um rapaz que sofre preconceito após deixar um hospital psiquiátrico, onde estava internado, por desejo dos pais. O circulo social que antes aceitava este jovem como uma membro comum, depois da internação passa a rejeita-lo, por se tratar de um "lunático". É nítido a linha anti-psiquiátrica que o filme adotafazendo uma crítica mordaz a esse tipo de instituição. No hospital psiquiatrico este jovem é submetido a um traamento um tanto ortodoxo, que chegara ao extremo de de ser submetido à uma sessão de elétro- choque. Para muitos este filme parece anacrônico, pois era geralmente na idade média que tratamentos que implicavam em dor para o doente mental eram praticados. Em pleno século XXI ( período em que se passa o filme ) não existiria tal procedimento. Porém o grande mérito deste filme é mostrar que em pleno século XXI Ainda nos encontramos perdidos em meio à tantas convenções humanas que influenciam nossa conduta social. Por exemplo: até que ponto é ilícito fumar maconha e não é ilícito fumar cigarro. O que sempre determinou isto foi uma simples questão legislativa do Estado. Tal lei proíbe o uso de tal produto que causa tanto mal quanto um produto similar que não há nenhuma proibição.
Vemos que o rapaz foi internado à força depois que o pai achou um cigarro de maconha na roupa deste, no entanto a própria mãe do rapaz é uma fumante compulsiva. Um personagem que retrata melhor a crítica de Bodansky é o médico que dirige o hospital, pois este é dependente de medicamentos que usa em conjunto com álcool. Talvez Bodansky tenha extremizado o enredo desta obra, mas tinha , a meu ver, um fim nobre, que era denunciar a nossa hipocrisia em relação a todo o comportamento dos indivíduos que nos rodeiam. Se não temos parâmetros racionais para definir o que é uma droga que implica em prejuízos para a saúde do indivíduo e o que é um remédio ou um simples controlador de euforia como são muitas vezes considerados o álcool e o cigarro, também não temos tais parâmetros para dizer quem é louco e quem é normal

"Aos Treze", Uma versão americanizada de Christiane F.


Este é o primeiro longa da diretora Catherine Hardwich, que tem como auxilio na elaboração do roteiro a jovem atriz Nikky Reed, baseado em experiências vividas ou presenciadas por ela própria, quando tinha 13 anos. Reed até ganha um papel na trama , é ela quem interpreta Evie, a má influencia que desvirtua a inocente Tracy .

O filme de Catherine Hardwich, não traz nada de novo, é difícil assisti-lo sem fazer uma analogia á outras obras que tratam desse tema. Parece que o objetivo central deste filme é apenas chocar, as vezes até se tem a impressão de que as cenas não possuem nexo umas com as outras, já que o critério para a edição das cenas parecia ser o grau de elementos chocantes que ela possuía. Talvez o mérito desta estrutura de filmagem é a constatação da chamada contradição da hipermodernidade – conceito desenvolvido pelo antropólogo Lipovetsk, para dizer que nunca houve pós - modernidade como se convencionou chamar o período mais recente da modernidade . O que parece estar acontecendo com a jovem Tracy é uma busca pelo extremo prazer, tudo se extremiza, na vida desta garota, ela encarna o "hiperconsumismo" americano ao se encher de pilhagens furtadas dos shopings sem o menor consentimento, fato que a própria mãe parece fingir não perceber. Por outro lado é interessante notar que a sociedade se torna cada vez mais moralista. Há mais de 20 anos , Christiane F., fazia coisas muito mais fortes que esconder um piercing da mãe. Sinal dos tempos.
Apesar do requinte do filme, que possui uma boa produção, não passa de uma versão "americanizada" de "Cristiane F", que perde para o original exatamente na crueza, no elemento crítico e na objetividade. Objetividade que faltou ao filme de Hardwich. Não se sabe se esta quis deixar claro às mães norte-americanas que: "é inevitável, sua filha vai ser uma puta drogada aos treze anos", ou "não seja muito amiga de sua filha, pois isto pode deixa-la assim", ou então simplesmente "vamos viver, este é o american way of life".
Mas também não vou negar que esta falta de objetividade se torna uma virtude, pois não tenta passar nenhuma mensagem edificante como os vários clichês deste gênero.