Saturday, December 30, 2006

O Sorriso de Mona Lisa



No melhor estilo "Sociedade dos poetas mortos", este filme contesta o tradicionalismo da educação americana na década de 50. Em uma sociedade onde ser mulher ainda era o mesmo que ser um andróide programado para servir o homem, uma professora de história da arte, tem como ambição pessoal, mostrar às alunas de uma tradicional escola para garotas, o quanto elas podem ter autonomia nas suas decisões pessoais. Seu desafio se torna louvável pelo fato desta escola estar inserida no contexto social da época, que visava formar boas esposas e donas de casa. Esta postura revolucionaria de Katherine (Julia Roberts) é o grande clichê do filme que soa um tanto anacrônico pelo fato de ser um tema bem pertinente à década de 50 onde se passa a história. É evidente que ainda hoje há uma grande submissão feminina em relação ao homem, porém já estamos na era das mulheres bancárias, administradoras de empresa, deputadas e até presidentes. Acho que um filme com um nítido conteúdo feminista hoje em dia não tem um grande valor no sentido de uma crítica social que é a grande proposta do filme. Esta trama pode entretanto ter um certo valor histórico no sentido de se mostrar a evolução do pensamento em relação à mulher durante este século, e pode ser uma forma de se constatar a nítida emancipação social e política da mulher desde os anos 50s.
É evidente que a personagem Katherine possui em si o elemento que representa a luta das mulheres por esta emancipação feminina . O que pode ter alguma relevância é o fato de que Katherine não é a típica feminista radical que praticava terrorismo em prol de sua causa, ela simplesmente nega a soberania masculina, e se considera emancipada. É ai que entra em conflito com a diretoria da escola e também com uma aluna. Esta postura é que se sobressai em relação ao feminismo tradicional. Pois ao invés de se ficar brigando por direitos iguais aos dos homens, é mais coerente não aceitar esta desigualdade. Ao invés de se atirar na frente de carruagens como protesto, seria mais digno não se submeter ao domínio do homem.

No comments: